Uma das condições que deixo explícitas nos meus contratos é que não aceito ingerência de outras pessoas no púlpito ou no palco durante minhas apresentações. Não me comprometo em divulgar ou em apresentar algum político ou empresário. O momento do culto ao Senhor é sagrado.
Mesmo assim, certa vez fui contratado para tocar em uma apresentação promovida pela prefeitura de uma cidade. Quando chegou minha vez de subir ao palco, o prefeito me abordou e disse para eu cantar duas canções, chama-lo até a plataforma e depois apresentá-lo com toda pompa e circunstância e, só depois, continuar o show. Ele falou que estava com pressa e que não queria perder tempo ali.
Não preciso dizer como me senti profundamente desrespeitado. Ao redor dele, muitos pastores locais o afagavam, sorriam, batiam em suas costas. O detalhe adicional é que bastava se aproximar do tal prefeito para sentir o cheiro de bebida alcoólica. Ele estava claramente embriagado.
Eu não podia me submeter àquilo. Disse que não faria o que o prefeito havia me pedido porque meu contrato não previa nenhum tipo de bajulação.
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Por Fernandinho – Livro Faz Chover
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